O Príncipe Marfinense

Se você acompanha futebol há pelo menos 5 anos, tenho quase certeza que conhece Didier Drogba, seja pela final da UEFA Champions League de 2012, pela seleção Marfinense, ou pela fuga do Corinthians no início desse ano.

Didier Drogba, o ídolo máximo da Costa do Marfim (Foto: soccerInfoz)
Mister Wembley, como era chamado, nasceu na Costa do Marfim, mas obteve nacionalidade francesa, por passar anos e jogar suas primeiras temporadas no país. Mas em 2002, devido à instabilidade política em sua terra natal, Drogba, por pouco não defendeu a camisa azul da França, porém, seu coração falou mais alto e a partir daquele momento, ele começava sua caminhada para se tornar um dos maiores ícones de seu povo. Em um trecho retirado de uma entrevista sobre a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, Drogba disse:

“Será muito difícil, mas esperamos ao menos passar da primeira fase. Para um pequeno país como o nosso, chegar ao mata-mata já seria uma conquista.”

Em sua carreira por clubes, Drogba se consagrou no Chelsea FC, onde foi 4 vezes campeão da Premier League, 4 vezes campeão da FA Cup e herói na conquista do inédito título da UEFA Champions League, que nunca havia sido erguida pelo clube londrino. Com 164 gols pelos Blues, Didier Drogba é o 4° maior artilheiro do time, e um dos maiores ídolos; Em um período entre 2004 e 2012, onde foi o centroavante dos Blues, Drogba foi escolhido para o time do ano da FIFA em 2007 e duas vezes eleito do futebolista africano do ano, em 2006 e 2009.


Herói em Yamoussoukrio e em Londres: Drogba é um dos maiores ídolos do Chelsea (Foto: 101goals)
Que Drogba tem uma carreira bem sucedida, ninguém tem dúvidas, mas poucas pessoas sabem de sua vida além do futebol. No ano de 2005, quando uma guerra civil assombrava a Costa do Marfim, que quase ficou de fora da copa do ano seguinte, Drogba assumiu a responsabilidade e fez um discurso para os guerrilheiros.

“Hoje, nós pedimos de joelhos: perdoem. Perdoem. Perdoem. O único país na África com tantas riquezas não deve acabar em uma guerra. Por favor, abaixem suas armas. Promovam as eleições. Tudo ficará melhor. Queremos nos divertir, então parem de disparar suas armas. Queremos jogar futebol, então parem de disparar suas armas." 

Posteriormente, a participação dos marfinenses na copa seguinte, ajudou a reestabelecer a paz na região naquela época. Os elefantes terminaram a Copa na fase de grupos, na 3ª posição do grupo C, mas com toda certeza, o país e o continente voltaram a ser lembrados.


Além de exímio jogador, Didier se mostra um excelente ser humano (Foto: Bleacher Report)
No ano de 2010, Didier Drogba foi escolhido pela revista TIME uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, para eles, Drogba carregaria o “peso da África” na copa do mesmo ano. Drogba criou sua fundação, a Drogba Foundation, e uma de suas obras foram 5 hospitais na Costa do Marfim, até agora, ‘apenas’ um foi inaugurado, o hospital custou 800 mil euros e tem expectativas de que atenda 50 mil pacientes por ano.
“Sou abençoado. Minha voz pode ser ouvida um pouco mais do que a de outras pessoas e tenho que fazer algo com este poder que tenho.” 

Drogba também ajuda em campanhas de saúde, inclusive contra a malária, onde disse:
“Fui vítima da malária e tenho testemunhado em primeira mão os efeitos devastadores dela nas pessoas e nas famílias.”

Didier Drogba é mais que um jogador de futebol. É um herói, para a torcida do Chelsea, apreciadores do bom futebol e principalmente, por seu povo. Ele poderia ser somente mais um jogador comum, que aparece algumas vezes dando alguma entrevista descontraída, apareça com carrões, belas mulheres, mas decidiu escrever seu nome na história, e convenhamos, conseguiu.

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Por Andrey Juan

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