"Eu virei o cara que faz rap" - Entrevista com Douglas Vieira

As referências ganharam uma importância impressionante no Rap Nacional nos últimos tempos. Não é exagero dizer que elas compõem grande parte do cartel lírico de um MC, de um rapper. É nas referências que vemos as bagagens de cada um, é onde podemos ter uma noção do caminho que o MC trilhou até chegar na letra daquele som. Hoje, falando sobre referências, metas, e o rap num geral, nós entrevistamos Douglas Vieira, também conhecido como Dougas Flowllaini.

Sobre referências, raps e objetivos: Entrevistamos Douglas Flowllaini. (Foto: Divulgação)
Starbox: Começando pelo começo mano, de onde surgiu a vontade de escrever rap?
Douglas Vieira: vontade sempre existiu dentro de mim, manja? Não é algo que surgiu de uma hora pra outra, mas eu fui externar isso como rap, bem depois que eu já tinha me tornado alguma espécie de escritor. Desde moleque eu escrevia histórias, era fascinado nas aulas de redação, e progressivamente evolui até começar a escrever poemas, influenciado pelos raps que eu ouvia. Por volta ali dos meus 12 anos eu conheci o canal do Mamute (NiggasNerds) que fazia o estilo rap Nerd, e aquilo despertou em mim o interesse de escrever o rap como música mesmo, de ter uma batida e rimar por cima. Coincidiu que pouco tempo depois, na escola, solicitaram alguém pra fazer uma música pra homenagear a cidade, e todos meus colegas de classe juntos da minha professora de matemática, confiaram em mim essa tarefa, a partir dai eu virei o cara que faz rap.

S: Como foi o processo de fazer o seu primeiro som?
DV: Cara, te falar que eu nem lembro direito qual foi o meu primeiro som, mas data no Soundcloud um som que eu catei um instrumental que o Skeeter tinha liberado numa coletânea, liguei o mic que eu tinha comprado no mercado livre, gravei e mixei por conta. Sinceramente? Até eu fiquei surpreso com o resultado que obtive, mas nada que eu tenha lançado oficialmente.

S: Tanto no seu vulgo de "Flowllaini", quanto no som "Flow Obina", é possível ver a influência do futebol no seu som. Qual a razão disso? 
DV: Na minha participação em “Flow Obina” eu começo com o seguinte verso: “É que eu sou irmão de jogador”. Esse verso explica toda influência futebolística que eu levo em parte pro meu rap. Meu irmão realmente é jogador, e eu acompanhei toda a trajetória dele até ele chegar onde tá e muitas das coisas boas que aconteceram na minha vida devem-se ao sucesso do meu irmão nessa carreira, logo o futebol tornou parte da minha vida muito cedo, houve até uma época que tentei ser jogador, mas sem sucesso.



S: No rap americano, é bem comum a referenciação de atletas da NBA, NFL, e outras ligas nas letras de rap. Você vê o mesmo acontecendo com futebol aqui no Brasil?
DV: Essas referências não acontecem na mesma frequência do cenário norte-americano, mas ainda sim estão presentes no rap nacional. É inegável que o futebol é parte da nossa cultura, há o lado pão e circo da coisa, mas há um lado totalmente cultural, social e até mesmo filosófico do futebol que pode ser explorado e tornado em referências pro rap. No fim, todo mundo ta fazendo seu corre pra virar, futebol não é tão diferente do rap, ainda mais na atual fase do rap nacional, que Mc’s tem torcida! (risos)

S: Quais as suas maiores referências dentro do hip-hop?
DV: Eu tenho muitas referências dentro do hip-hop, porque estamos falando de uma cultura gigante, então vou citar algumas pessoas que estão mais próximas a mim e que foram/são cruciais no meu fazer artístico. Algumas dessas referências são Álvaro Mamute, Rodrigo Zin, RT Mallone, Erik RK, Marte MC, Well, Thiago Elnino, Gaijin e meu chapa Zangão. E dos nomes que estão mais em destaque eu gosto de citar Don L e V.Xamã, ambos gênios no que fazem. Ressaltando que todos os iguais de alma que trombo por ai, são referências pra mim.

S: E fora dele?
DV: Pr’além dessa parada de rap eu tenho pra mim como referência muita gente. Meus irmãos, meus pais e meus amigos, primeiramente, são as maiores referências que tenho, sem dúvida alguma. 

S: Qual seus planos, como artista, pra 2018? Planeja lançar algum EP ou Mixtape?
DV: Bem, pro primeiro semestre de  2018 eu já to preparando um EP de 5 faixas que ainda não recebeu um nome. Pretendo também lançar algumas mixtapes esse ano, mas nada muito certo. O é foco lançar os sons que eu curti ter escrito e mais alguns singles de bragadoccio pra me divertir. E como canta Don L em Verso Livre nº 2: “Esse ano eu fico rico”.

S: O que tu gostaria que todo mundo sentisse quando ouve teu trabalho?
DV: Não existe algo específico que eu gostaria que as pessoas sentissem ao ouvir meu trabalho, eu queria apenas que ela se permitissem sentir algo, papo de livre associação mesmo.

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