Arsenal 7-5 Reading: Re-lembrando a épica virada

O dia 30 de outubro de 2012 ficará para sempre marcado na história do futebol: Em uma competição não lá muito glamourosa, a Capital One Cup (hoje Carabao Cup), dois times que ainda não empolgavam seus torcedores na temporada da Premier League protagonizaram uma das maiores viradas da história.


Walcott comemora após marcar o sexto gol, que selou a vitória da equipe visitante (Foto: Getty Images)
O Reading, time da casa, vinha de uma tensa partida no fim de semana, onde arrancou um empate no último minuto contra o Fulham (3-3) que o manteve na 18ª posição da liga, no mesmo Madejski Stadium em que receberia o Arsenal. Na rodada anterior, a equipe da capital venceu em casa o QPR (1-0) em jogo difícil, e subiu para a 4ª posição.

A partida das 19:45 era válida pelas oitavas de final da Copa da Liga. Os visitantes, apesar de serem uma das mais tradicionais equipes inglesas, amargavam uma seca que já durava 7 anos (e só acabaria dois anos depois, em 2014), e almejavam uma taça a qualquer custo. Ainda assim, o Arsenal enviou para Reading uma equipe alternativa, com alguns garotos, inclusive o goleiro argentino Emiliano Martínez, de então 20 anos, que passou de vilão a herói no decorrer dos 120 minutos. Embora menos um time titular inteiro novo, como trouxera Arsenè Wenger, Brian McDermott promoveu 6 mudanças em relação ao time que entrou em campo 3 dias antes.

A partida iniciou pegada, com 6 escanteios já nos 11 minutos iniciais, e não demorou muito para o time da casa, com Roberts, após cruzamento perfeito de Robson-Kanu aos 12 minutos, abrir o placar. A partir daí foi domínio dos Royals nos minutos seguintes. Aos 18, gol contra de Koscielny, e aos 20, em falha de Martinez que rebateu a bola para o próprio gol, gol de Leigertwood, e 3-0 no placar.

Disputa de bola acirrada: O jogo disputado entraria pra história da Premier League (Foto: Squawka)
O Arsenal tentava, mas não conseguia ser efetivo e pouco assustava o goleiro Federici. Aos 37, Noel Hunt marcava o quarto gol em mais um contra-ataque rápido. O Arsenal, abalado pelo baque do quarto gol, parecia prestes a desistir do jogo, mas um gol de Walcott com excelente passe de Arshavin aos 47 minutos fez a equipe londrina ir para o vestiário com uma pequena chama de esperança ainda acesa.

O segundo tempo começou movimentado, com o Arsenal buscando uma improvável reação no ataque, e através de algumas trapalhadas de seu jovem goleiro, dando chances ao Reading de matar o jogo. Aos 17 minutos Wenger resolveu ir pra cima, colocou Giroud no lugar do volante Frimpong, e em apenas 3 minutos o francês ja cabeceava a bola pro gol, 4-2.

O Arsenal tentou, muito, empatar o jogo, mas nada parecia funcionar, apesar do altíssimo volume de jogo e intensidade apresentados. Aos 44, já no desespero e jogando com 4 atacantes, o zagueiro Koscielny subiu sozinho em escanteio para diminuir a diferença. Era difícil, mas ainda era possível, e o Arsenal conseguiu: aos 51 minutos de jogo Walcott chuta, a bola desvia na zaga e pinga na linha, e então aparece Jenkinson para completar. 4-4 e o jogo vai para a prorrogação.

A prorrogação foi intensa, apesar do abatimento da torcida da casa, ambos os times ainda se mostravam dispostos a sair com a vaga. Após excelentes chances das duas equipes, com Martinez e Federici fazendo boas defesas, foi o improvável Chamakh que botou o Arsenal na frente pela primeira vez na noite, tocando entre as pernas do goleiro adversário aos 13 minutos do primeiro tempo do tempo extra.

O resultado parecia saído de um video-game, um épico de doze gols. (Foto: Globoesporte)
O Arsenal fazia sua cera aguardando o apito final quando aos 10 minutos do segundo tempo Pogrebnyak, em posição duvidosa, empatou para o Reading. Explosão da torcida no Madejski Stadium, com a possibilidade quase certa da partida ir para os pênaltis.

Mas essa partida estava longe de acabar, pois os Gunners voltaram a pressionar e acuar os Royals, que apenas buscavam um contra-ataque. Mas foi quem propôs o jogo que saiu por cima: Walcott, aproveitando sobra de bola numa arrancada de Arshavin, colocou o Arsenal na frente, no gol que selaria a vitória em uma épica virada. Ainda sobrou tempo para um golaço na noite, com Chamakh encobrindo o goleiro Federici em contra-ataque quando os mandantes já estavam no desespero.

O placar final parecia coisa de videogame, mas era real: Reading 5-7 Arsenal. Os gunners seriam eliminados na fase seguinte, de quartas de final, pelo Bradford City da quarta divisão, mas isso pouco importava, a Capital One Cup da temporada 2012-13 será para sempre lembrada por uma das maiores viradas da história do futebol, protagonizada heroicamente pelo time alternativo da equipe londrina.

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Por Olavo Piñeiro

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