Cicatrizes e Expectativas: Como 2014 pode nos afetar em 2018?

Ninguém mais aguenta lembrar daquele fatídico jogo contra a Alemanha. Isso é algo que está muito nítido. Mas, também está bem nítido que essa ferida ainda não cicatrizou, tanto que o primeiro podcast da Starbox, mesmo sendo um programa de humor, começou com lembranças dos participantes do dia do jogo. A memória da 7-1 está fresca na cabeça do brasileiro. De qualquer brasileiro. É algo que já está completamente integrado com a nossa cultura futebolística. E o quanto essa cicatriz interfere nas nossas expectativas pra 2018?

O fantasma da copa passada: Como 2014 nos afeta pra 2018? (Foto: Critical Hits)
Antes de tudo, temos que reconhecer que os problemas da seleção não acabaram logo após o 7-1, tampouco após a derrota de três a zero contra a Holanda, que encerrou a participação na Copa de 2014. A seleção demorou muito pra se re-encontrar após a Copa do Mundo. Mudou treinador, saiu Felipão, voltou Dunga, e a seleção acumulou dois vexames, tanto na Copa América de 2015, caindo pro Paraguai nas quartas-de-final, quanto na Copa América Centenário, de 2016, onde a seleção nem chegou a passar da fase de grupos. Saiu Dunga, de novo, e Tite chegou. Adenor assumia um time sem identificação com o país, e que nem sabia se iria pra Copa naquela altura das eliminatórias. E aí tudo mudou. Mudou pra melhor, pra muito melhor.

O treinador veio trazendo toda a sua equipe técnica, oriunda do Corinthians, e nos seus seis primeiros jogos, os comandados de Tite igualaram a marca da seleção de João Saldanha nas eliminatórias de 70, quando aqueles que viriam a conquistar o tri venceram seis jogos seguidos. E a seleção olímpica, comandada por Rogério Micale, ainda ganharia a inédita medalha de ouro olímpica, em cima da Alemanha, no Maracanã. A fé do povo em sua seleção estava restaurada, e o Brasil retribuiu essa confiança sendo a primeira seleção, além da Rússia, a se classificar para a Copa de 2018, e fazendo a melhor campanha da história do formato atual das eliminatórias Sul-Americanas. Favoritismo absoluto pra 2018? Não. Não temos.


Empate sem gols em Wembley: Todo tropeço contra as grandes gerará desconfiança. (Foto: © REUTERS / Dylan Martinez)
Talvez nós tenhamos a melhor seleção do mundo, talvez. Mas cada tropeço, cada vitória com atuação abaixo da média, cada grande erro coletivo, ou individual de uma de nossas grandes estrelas, gerará um burburinho negativo. Será que estamos preparados? Será que merecemos mesmo todo esse favoritismo? Nós também estávamos bem confiantes antes do 7-1 não é? Será que veremos a história se repetir? O hexa será adiado?

Calma. Todos precisamos ter calma. Não podemos cair no oba-oba de novo, definitivamente não, mas isso não significa que cada deslize deve gerar uma preocupação generalizada. A seleção é boa, a base está bem montada, e Tite tem um grupo sólido e unido em suas mãos. Não iremos à Russia com a soberba de 2014, mas também não iremos com a alma dos vira-latas. Somos favoritos ao título, e temos que nos portar e jogar como tais. Deixar as tragédias do passado no próprio passado, aonde elas residem.


Que o 7-1 está vivo nas nossas memórias, nós sabemos. Mas o Hexa está ainda mais vivo nos nossos sonhos, e é nisso que nós temos que focar. 

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Por Lucas Carvalho

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