"Meu sonho de vida é deixar um legado" - Entrevista com Tony Pezão

O trabalho do pessoal do Desimpedidos já dispensa apresentações. Com números astronômicos e uma base de fãs apaixonados ao redor do Brasil e do mundo, o canal que mistura futebol e humor já está muito bem inserido dentro da cultura da comunicação futebolística nacional. Bem competente na parte jornalística, o canal, no entanto, apresenta seu ponto forte no lado humorístico, e visando reforçar essas duas vertentes, o Desimpedidos abriu um concurso no último ano para achar um novo apresentador. 

"Nunca fui o cara de contar piadas boas." - Tony Pezão (Foto: Reprodução/Twitter)
Esse concurso, o "Muleke da Base", acabou trazendo dois novos integrantes ao canal: a Alê, que entrou mesmo sem ser a vencedora, e Tony Pezão, o nosso entrevistado de hoje. Natural de Recife, Pezão falou com a gente sobre suas referências no humor, sobre a dificuldade de deixar sua cidade natal e vir para São Paulo, sobre trabalhar com seus antigos ídolos, e muito mais. Confira tudo na entrevista abaixo.

Starbox: Como começou sua relação com o futebol? Qual a sua primeira lembrança relacionada ao esporte?
Pezão: Comecei a acompanhar futebol fielmente na copa de 2006, já assistia alguns jogos antes mas não chegava a ser um vicio, era mais acompanhando o meu pai que era tricolor roxo, mas em 2006 parece que fui contaminado, e ,depois da copa consumia futebol insanamente. E a minha lembrança mais forte do futebol foi quando meu pai me levou em um jogo do Santa Cruz, o jogo foi antes da copa, o Santa jogaria contra o Napolitana (um time da 4 divisão), lembro que abriu um placar de 4x0 e eu já tinha me dado como derrotado, porem o Santa fez um gol e a torcida vibrou como se fosse um empate.

Eu não entendia como que perdendo de 3 gols de diferença poderiam estar vibrando assim, e só ai eu entendi o que significava torcer. Depois desse gol o Santa fez mais um e eu torci como se fosse um gol de final de campeonato. Pra fim da historia: O Santa conseguiu empatar e o jogo ficou no 4x4, mas na minha lembrança é o jogo mais foda que vi na minha vida, porque lá aprendi o que era futebol.

S: Hoje, além de futebol, você trabalha diretamente com o humor. Você, desde criança, se considera uma pessoa engraçada, ou isso foi algo que veio depois?
P: Eu não me considero uma pessoa engraçada, nunca fui o cara de contar piadas boas e tal, mas sempre gostei de zoar os outros e fazer as famosas piadas ruins, que pra mim são mais engraçadas do que as piadas bem formuladas.

S: Você entrou no Desimpedidos pelo concurso “Muleke da Base”. Quando essa vaga abriu, o que você pensou? O que te motivou a entrar no concurso?
P: Eu sempre falo a mesma coisa e ninguém acredita: Assim que saiu o vídeo do concurso, nem passou pela minha cabeça mandar um vídeo, mas assim que completou 1 semana de videos enviados da audiência eu fui assistir para ver os concorrentes, e talvez futuros apresentadores do meu canal favorito, vi que o pessoal estava fazendo tudo muito automático, ou fazendo programas já existentes de uma forma muito roborizada ou falando coisas nada haver com nada. 

Então eu pensei: "Porra, consigo fazer algo mais natural que isso". Tanto que meu vídeo não teve roteiro, pois era a forma que me sentia mais confortável de falar em frente da câmera, só falei as coisas que vieram na minha cabeça na hora e pra minha sorte no fim de tudo, deu certo.




S: Qual a maior dificuldade que você teve ao deixar sua cidade natal e vir morar em São Paulo por causa do trabalho?
P: A coisa mais difícil de ter vindo morar em São Paulo, não foi nem o fato de mudar de cidade pois sempre fui uma pessoa muito desprendida dessas coisas, mas sim a diferença das pessoas. Todos de Recife são muito abertos e você consegue fazer amizade em qualquer lugar que vá, seja em uma fila de banco ou no ponto de ônibus. Já aqui em São Paulo, vejo pessoas muito frias, não no sentido ruim, mas que fazem o delas e não ligam pra quem estar ao redor, e me acostumar com isso foi a coisa mais difícil.

S: Naturalmente, você acompanhava o trabalho do Desimpedidos antes de integrar a equipe do canal. Como é trabalhar com os caras que você antes só assistia?
P: É uma coisa surreal, tenho certeza em dizer que até hoje eu não me acostumei. Eu nunca pensei que passaria no concurso nem muito menos imaginava conhecer os caras, e hoje tenho uma mesa de trabalho do lado deles. Trabalho com pessoas fodas que nem aparecem na frente da câmera, e isso é muito foda!

S: Com certeza você teve muitos momentos emocionantes desde que passou a trabalhar no Desimpedidos. Mas o que aconteceu com você que mais te deixou com uma sensação de realização?
P: Sem sombra de duvida, o momento mais emocionante foi quando eu estava na live disputando a final com o Virjão. Ao ver que o nome que estava escrito no papel era o meu foi um mix de sensações. Desde realização, surpresa, felicidade, nervosismo e etc. Eu falo até hoje que ainda não acredito que tudo isso aconteceu em tão pouco tempo.

S: Você trabalha mais diretamente com futebol e com humor. Quais as suas maiores referências e inspirações nessas duas áreas? Entre humoristas, jogadores, e etc.
P: Na parte humorística sempre assisti muitos comediantes, dentre ele Rafinha Bastos, Matheus Ceara, Murilo Gum, Espanta, Hermes e Renato, Igor Guimarães e etc. Na parte de futebol tenho alguns jogadores que eu digo que poderia travar caso encontra-se. Ibrahimovic, Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo e, acredite ou não Grafite. 

Pode não ser um cara gênio da bola, ou até mesmo conquistador de vários prêmios, mas ele fez pelo Santa coisas que demonstram um amor pelo time que acho que nunca vi outro jogador fazer por clube nenhum, e isso significa muito em questão de admiração.

S: Qual conteúdo que você produziu pelo Desimpedidos, até hoje, que você mais se orgulha?
P: Tudo que eu fiz aqui eu me orgulho, desde participações no Fred+10, desinformados, live das 6, Live de Segunda e etc. Mas, se eu pudesse colocar um no topo, seria a entrevista que eu fiz com o Chico parodiando o BTS logo no começo, quando eu ainda era um concorrente.




S: Qual é sua próxima grande meta no Desimpedidos? Tem algo que você tem muita vontade de realizar?
P: Eu sempre disse que o meu sonho de vida é ser lembrado ou deixar um legado, então se eu conseguisse fazer algo que marcasse as pessoas, e que lembrassem de mim por conta disso, seja lá o que for, isso já me deixaria mais do que satisfeito.

S: Como é sua relação com o pessoal que acompanha seu trabalho, tanto seus fãs quanto o pessoal que só critica?
P: É muito boa. Gosto muito quando eu estou na rua e vem pessoas falar comigo sobre o trabalho e duvidas. Quanto ao pessoal que só critica, eu tento analisar para ver se é um critica construtiva, ou apenas uma critica para denigrir e agredir, dependendo de qual for respondo tentando entender o ponto.

S: Qual sua expectativa para a Copa da Rússia? Acha que o Hexa volta com a gente?
P: Eu estou mais do que ansioso para essa copa. Acho ano de copa do mundo um ano perfeito, pois durante um período de tempo todo o país respira futebol e é mais do que um sonho o Brasil voltar com o hexa. Imagino ver o hexa do Brasil trabalhando em um canal de futebol, seria uma lembrança foda de vida!

S: Tem algo que você gostaria de falar pra todos que assistem o Desimpedidos?
P: Obviamente queria agradecer muito a todo mundo que gosta e mandar um recado pra os que não gostam: Vocês não estão errados! Não são obrigados a gostar de tudo que aparece, mas também queria dizer que vou fazer de tudo pra poder "conquistar" vocês, e continuar escutando o que muita gente está me dizendo na rua: ‘’Porra mano, no começo eu não gostava de você, mas você ta melhorando muito, continua nessa!’’.


Se você deseja receber nosso conteúdo não só pelo site, você pode nos seguir no Instagram, no Twitter, curtir a nossa página no Facebook e assinar o Feed dos nossos podcasts. Nesses locais, você encontrará conteúdos diferenciados todos os dias, e nos acompanhará mais de perto. Não deixe de conferir!

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.